Venha ela, que já faz falta

No Hemisfério Norte, a Primavera começa todos os anos no Equinócio de Verão, em Março, exactamente a meio entre o Solstício de Inverno (+/- 21 Dezembro) e o Solstício de Verão (+/- 21 Junho), e que corresponde também a um dos 2 momentos do ano em que o eixo da Terra está num plano perpendicular à incidência dos raios de sol, que nesses 2 dias do ano caem exactamente na vertical sobre o Equador. Como consequência destes momentos únicos, há 2 dias no ano em que o número de horas de luz é o mais aproximado possível ao número de horas de escuridão. Não se esqueçam que a Terra gira de 3 maneiras diferentes (receber esta informação aassim de repente pode causar tonturas eheh): enquanto a Terra dá 1 volta completa sobre si própria todas as 24 horas, o eixo da Terra também gira, desenhando um círculo no espaço acima da Terra. Para ajudar à confusão, a Terra também gira à volta do Sol, levando 1 ano solar (365.25 dias) a completar essa volta. Por causa desta volta e da inclinação do eixo é que temos estações do ano, e também por isso é que é Verão no Brasil quando estamos ensopados e a congelar em Portugal, e vice-versa.

Este ano a Primavera chega a Porugal continental e à Madeira exactamente às 17:32 do dia 20 de Março (16:32 nos Açores).
Uma explicação mais técnica pode ser encontrada no site do United Kingdom's National Maritime Museum [link], incluindo a razão pela qual temos que acrescentar um dia aos anos de 4 em 4 anos e temos anos bissextos.
Por mim, estou tão contente por a Primavera estar a chegar que comecei por procurar a hora exacta do Equinócio de Verão na net e acabei a escrever um artigo para o blog. E acho que não sou só eu que estou ansiosa pela Primavera....:)...ler tudo>>

AVATAR



Eles são cerca de 8000 e vivem uma relação íntima de interdependência com a natureza da montanha onde vivem. Colhem dela a sua alimentação e veneram-na como uma divindade, mas é a sua presença e conhecimento da montanha que mantém o ecosssistema conservado e em equilíbrio.
Vindos de longe em máquinas de metal que ultrapassam de longe a imaginação de qualquer membro desta tribo, chegaram uns seres muito parecidos com eles, mas com a pele de outra cor. Chegaram e obtiveram uma autorização do governo para escavar a montanha e extrair bauxite, um mineral que entra na composição do alumínio.

Os Dongria Kondh vivem na região de Orissa, na India, na base da montanha Niyamgiri. Consideram-se Jharnia, que significa ‘protector dos cursos de água’, porque consideram-se incumbidos do dever de proteger a sua montanha sagrada e os rios que alimentam a vida de tudo o que lá vive. Já tiveram que se opôr ás máquinas de escavação com os próprios corpos.

E agora fizeram um vídeo dirigido a James Cameron, realizador e argumentista de AVATAR, com uma mensagem muito simples: We’ve watched your film – now watch ours.
O anúncio foi publicado dia 8 de Feveriro na revista Variety [link]

[link]
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Este artigo na The Ecologist[link] sobre carros open-source deu-me umas ideias sobre o que seria o carro ideal.


- É eléctrico ou funciona com uma bateria de hidrogénio produzido de forma não danosa para o ambiente;
- São alugados a curto/médio/longo prazo conforme as necessidades do cliente em vez de ter que se comprar um carro e ficar limitado pelo seu tamanho/consumo/velocidade;
- A manutenção é da responsabilidade da empresa que faz o leasing e os custos destas são diluídos no aluguer.
- Podem ser alugados por telefone ou internet para o local necessário e pelo tempo necessário, e devolvidos numa rede de pontos de recepção bem espalhada.

Desta maneira:
- Não há produção de todos os gases que hoje em dia andam a sair pelos tubos de escape;
- O mesmo carro pode ser partilhado por centenas de pessoas num mês, pessoas que provavelmente têm carros estacionados à porta de casa, a bloquear os passeios, e só os usam ao fim de semana.
- Carros que se tornam obsoletos porque estão a consumir demais, cuja manutenção se tornou cara demais ou estão a poluir demais são postos fora de circulação porque não existe o problema do seu dono não ter dinheiro para trocar de carro;
- Deixa de existir o problema do estacionamento nas grandes cidades, basta entregar o carro num ponto de recepção e marcá-lo para a hora a que se deseja voltar para casa;
- No total, o leasing deve ficar muito mais barato do que comprar um carro, abastecê-lo e fazer a sua manutenção (calculo eu), e não estamos preocupados com os 10 ou 15 000 euros que temos estacionados na rua sujeitos a serem roubados ou estragados por quem passe.

Mais ideias?...ler tudo>>

produtos biodegradáveis

...a curto prazo. A palavra biodegradável aparece agora em tudo o que é plástico, embalagem, etc. Bem, se pensarmos bem, quase tudo é realmente biodegradável, até nós próprios, por isso não nos estão a mentir. Mas o tempo em que o faz é relativo: claro que uma fralda descartável é biodegradável, mas leva cerca de 500 anos a biodegradar-se. E sabe-se lá que compostos é que as bactérias deixam para trás depois de digerir uma fralda.
Por isso, atenção a esta falácia do biodegradável. O melhor mesmo é reduzir nas embalagens. Que o digam os senhores da praça onde vou às compras, que me ficam muito agradecidos por eu levar um saco de pano e não os fazer gastar dinheiro em sacos de plástico, tirando mais uns cêntimos ao pouco lucro que já têm.

A propósito disto, a Silvex [link] lançou uma linha de sacos de plástico biodegradáveis feitos de amido e que se decompôe em aproximadamente 45 dias. Procurem nos supermercados, ou usem a caixinha de sugestões para pedir que disponibilizem estas marcas mais ecológicas.
Entretanto, fica a dúvida: será que posso pôr estes sacos de plástico no compostor?




Abraços (que bem fazem falta neste Inverno)...ler tudo>>

Tralha grátis

Já falei de um destes grupos antes, mas agora trata-se de uma lista inteira.

Quem vai mudar de casa, recebeu um telemóvel novo de prenda mas tem um antigo que ainda funciona, tem um enxoval de bebé que não vai voltar a ser necessário ou tem livros a mais em casa pode colocar um anúncio a oferecê-los (vendas não são aceites) nos seguintes sites. Reutilizar é ainda melhor do que reciclar porque não gasta energia. Ao mesmo tempo, quem precisa de algo, pode tentar aqui antes de ir comprar algo novo:) Good hunting... ainda por cima vêm aí o Natal e o Ano Novo, alturas de grande circulação material:)

PodeFicarCom [link]


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FreeCycle.org - rede Portuguesa [link]


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dá_e_recebe_lx

[link] formou-se quando os criadores do Freecycle decidiram que o nome da rede era uma marca registada, o que ia contra a filosofia com que os gestores dos grupos Freecycle portugueses os geriam (e eu concordo... registar a marca de algo que é suposto ser uma rede de trocas de objectos usados para diminuir o consumismo? Paradoxal...). Tem tanta ou mais aciidade como o Freecycle e existe em outras localidades, cmo se pode descobrir fazendo uma busca na mailing list.

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BookCrossing Portugal [link] - o clássico bookcrossing, para pôr a circular livros. Tem pontos fixos de troca (p/ex. prateleiras de cafés que estão reservadas para isso) mas também se pode largar um livro ao acaso, com a respectiva etiqueta e n.º de identificação na rede bookcrosing colada no interior.

Se souberem de mais, avisem-me:)







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Tecnologia verde

http://www.vimrod.com/, Bard of Suburbia...eheheh
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citação

img:www.sandgrains.com

sabem quem escreveu

vamos falar de almas gémeas.

a alma gémea é como um grão de areia (imagina o Universo uma praia). não há uma especial, em detrimento das outras, porque tudo no Universo é especial. não há uma melhor do que as outras porque
tudo no Universo é perfeito. imagina que és um grão de areia numa praia. em que é que és diferente dos demais? tudo na criação divina é perfeito. nada está incompleto. cultiva a tua luz.
falta-te viver a tua vida. nada mais.
a felicidade é amor-próprio.

?


ela [link]
aqui [link]
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a pessoa certa (II)

Já repararam como os nossos gostos se tornam mais abrangentes conforme vamos crescendo? Quando somos pequenos não gostamos de sopa, depois vem a fase do não andar de calças ou usar roupa cor de rosa nem que nos matem, e mais tarde não lemos um certo jornal ou não vemos um certo canal de TV por princípio. Mas o círculo de aceitação vai-se alargando. Tenho a impressão, cada vez mais confirmada, que um dia acabamos por gostar de tudo - o que é preciso é que nos seja apresentado de forma certa [Isto faz-me lembrar que lá para o norte diz-se que todo o burro come palha, a questão é saber dar-lha, e que devo estar a falar mais ou menos do mesmo mas não no sentido em que se costuma aplicar o provérbio...eheh..).

Ninguém me faria passar mais de 2 minutos a ler poesia até que me emprestaram um livro de Pablo Neruda e agora tenho uma colecção de antologias poéticas na minha estante. O apocalipse nuclear não me faria comer favas até ao dia em que almocei salada de favas com tomate e queijo fresco temperada com oregãos em casa de uma amiga, e agora experimento receitas com elas. E nunca achei a mínima piada a anime (desenhos animados japoneses) até que dei de caras com a série ergo-proxy. Agora ando a perseguir tudo o que os seus autores já puseram neste mundo, e outros autores se seguirão.

Sinopse: ao descobrir que se aproximava a destruição do ecosistema terrestre, a humanidade criou 300 indivíduos de uma raça especial de seres: os proxy. impossibilitados de se reproduzirem por causa do impacto tóxico no seu corpo, os seres humanos precisam da presença de um proxy nas cidades-aquário em que vivem, para que a sua força vital faça funcionar as incubadoras artificiais onde os fetos se desenvolvem. Mas e se um proxy quiser ser apenas humano? Se escolher apagar da sua memória o seu papel de semi-deus e misturar-se com a multidão para experimentar o que é ser um cidadão?

A puxar bastante para o ambientalismo, com gráficos maravilhosos, música dos Monoral no genérico e dos Coldplay nos créditos finais. Estou convertida. Fica uma amostra:


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350



350 ppm (partes por milhão) de CO2 na atmosfera é o limite de segurança consensual entre a comunidade científica, a partir do qual as alterações climáticas provocadas pelo aquecimento global devido à presença de CO2 e outros gases de estufa poderão ser irreversíveis. Neste momento as medições mais actuais registam 387 ppm, portanto é urgente descer o nível de CO2 atmosférico.


O International Day of Climate Action - 24 de Outubro - é apenas mais uma iniciativa que faz com que o comum cidadão seja envolvido o movimento para parar o aquecimento global, de uma forma que seja divertida, na mesma onda que a The Fun Theory[link], que vem da Suécia? Propõe que a melhor maneira de motivar as pessoas a fazer algo para o seu bem ou para o bem do ambiente é torná-lo divertido. Vejam aqui [link] como ele pôs pessoas a preferir escadas convencionais a escadas rolantes transformando um lance num piano.


Portanto, quem quiser tirar fotografias de si próprio ou dos amigos com o número 350, em lugares de alguma maneira ligados ao aquecimento global: lixeiras, fjords, glaciares a derreter, praias tropicais que perderam área devido à subida das águas do mar, etc, e submetê-las em 350.org, candidata-se a ter a sua foto projectada em ecrãs gigantes na Times Square e na Sede das Nações Unidas em NY (como os muchachos da foto acima, que foi exemplarmente escolhida pelo Bioterra [link] para falar desta iniciativa). Para que serve? Para que os representantes das Nações Unidas vejam a quantidade de pessoas de todos os lugares do planeta que se deram ao trabalho de se desviar do seu caminho para pedir um objectivo definido: não apenas o "párem o aquecimento global" mas sim o "definam medidas para que as 350 ppm de CO2 não sejam ultrapassadas."




Talvez na sede das Nações Unidas não tenham consciência de quantas pessoas no planeta sabem realmente que é importante não ultrapassar as 350 ppm, talvez pensem que o mundo anda preocupado com o aquecimento global mas não o compreende bem e sente que não pode fazer nada em relação a isso. O movimento 350.org pretende mostrar que não.


Parece-me que já não vou a tempo de criar uma acção 350 na Terceira, apesar de irem decorrer algumas em Ponta Delgada. Em 350.org [link] podem encontrar o mapa de acções a decorrer no dia 24 de Outubro.Fica a referência:





- Plante uma planta endémica dos Açores - Acção Climática 350 [link]

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Mal me quer, bem me quer... estás a torturar a flor para quê, pá?!


Ocorreu-me que isto fosse um problema porque cada vez mais dou de caras com anúncios do género "find your green/environmentalist/zen/buddhist/earthloving soulmate" nos sites ambientais que costumo visitar. Comecei a pensar: mas estes sites vendem-se assim tão facilmente a agências de encontros online, ou a coisa está mesmo difícil? Será mesmo impossível construir uma vida a dois com alguém que não partilha a nossa compaixão pela humanidade, ou a nossa preocupação com o ambiente?

Bem, olhando à minha volta, não posso dizer que conheça uma única pessoa que viva por alguns destes valores 'holísticos' e que esteja numa relação com uma criatura consumista alienada do impacto das suas acções no ambiente e na humanidade. Ou já esteve e removeu-se disso, ou conseguiu sensibilizar o/a dito/a para uma nova aproximação à vida.

Posto isto, resolvi pesquisar porquê a inundação de sites para 'green matching' (GreenPassions, Care2, etc.) . Afinal há tanto consultório emocional online, o problema já devia ter sido abordado algures. E afinal deve mesmo ser um problema. Encontrei dezenas de artigos sobre isto, com explicações detalhadas do conflito que se gera entre pessoas que têm aproximações muito diferentes ao mundo, principalmente quando o 'diferente' diz respeito à atitude ambiental. E o problema também existe à escala empresarial: o livro «Greener Marketing» [link] de Martin Charter e Michael J. Polonsky explica que entre empresas com visões diferentes do que deve ser o impacto no meio ambiente «the environmentalist partner is likely to exit the relationship when the alliance no longer meets its ecological goals».

Ficam uns excertos dos resultados mais interessantes. E a conclusão geral que em caso de incompatibilidade comprovada, o melhor é de certeza não insistir. De qualquer maneira, o material vai ser reutilizado, o que é bastante ecológico;)

- Can You Survive a Relationship with a Partner Who Isn't Green? no planetgreen [link] . Eric Leech, o autor de uma coluna sobre saúde sexual e romance 'ecológico', que parece um rapaz sensível e com algum discernimento, explica como podem os comentários que normalmente já caem mal, do tipo "essa história do aquecimento global é uma lavagem cerebral à humanidade" podem ser clivantes numa relação.

- Incompatible Desires and the Less is Less Principle no blog dos membros da Wellsphere [link]. Um dos membros disserta sobre a sua experiência de recusar prendas, jantares e convites para actividades que vão contra os seus valores, e o impacto que isso tem na sua esfera de relações. Ou aceitar, e o impacto que isso tem em si propria ao sentir-se hipócrita. E conclui que o melhor mesmo é viver com menos: menos tralha e menos bagagem 'mental', mais tolerância, porque para cada ganho para um dos lados, é provável que haja uma perda para o outro.

- 'Green rage' putting relationships at risk na secção Life Expressions do OneIndia [link]. São citados dois ínquéritos feitos a uma pequena amostra de britãnicos, em que se descobre que 1 em cada 5 nem sequer considera uma relação com alguém que não tenha os mesmos 'standads ambientais'. E que provavelmente vai haver chatices no trabalho se os colegas deixarem os monitores em standby durante a noite ou imprimirem a torto e a direito. Ui!

- I Love You But You Love Meat - no NY Times [link]. Um artigo sobre pessoas que escolhem as suas dietas por motivos éticos - e é bom que as suas relações estejam na mesma sintonia, ou já eram. Curiosamente, há uma facção oposta que também se recusa a estabelecer relações próximas com quem não estiver disposto a acompanhá-los em todas as experiências gastronómicas. Não deixa de ser engraçada a visão de Anthony Bourdain, autor do livro "Kitchen Confidential": «vegetarians, and their Hezbollah-like splinter faction, the vegans ... are the enemy of everything good and decent in the human spirit». E eu a pensar que os vegetarianos eram os radicais! De que é que ele se queixa, não é como se lhe estivessem a tirar o pão da boca, não é...?

Até breve:)...ler tudo>>